Uma criança de 11 anos, que estava com os pés e as mãos acorrentados dentro de um tambor foi salva pela Polícia Militar na tarde de sábado (30), em uma residência na rua Recôncavo no Jardim Itatiaia na cidade de Campinas. Durante a ocorrência foram presos, o pai da vítima, a madrasta e a filha da mulher.
Segundo informações da PM, a equipe foi ao local depois que moradores da região perceberam que o garoto havia deixado de ir para a escola e de brincar com outras crianças do bairro. Ao chegar na casa, a filha da namorada do pai da criança deixou a guarnição entrar no imóvel. Durante uma varredura pelos cômodos, os PMs, localizaram a criança no lado externo da casa em um tambor, em pé com as mãos e os pés acorrentados.
Eles relataram que o local era coberto por uma telha e havia uma pia de mármore por cima, o que impedia a saída dele. O garoto estava nu, debilitado e apresentava sinais de desnutrição, de acordo com a equipe.
Para retirar a criança do local, os Policiais usaram um alicate corta-fios para remover as correntes, e ele foi levado ao Hospital Ouro Verde, onde permaneceu internado.
“Ele disse para mim que chegou a comer fezes, porque não davam comida para ele”, afirmou o Mike Jason, 2º sargento que acompanha o caso. “Ele me disse que o homem jogava água sanitária e água fria para dar banho nele”, disse um membro da equipe de Enfermagem que trata a criança.
Os três foram presos, Carlos Eduardo dos Santos, de 31 anos, [pai da vítima], Luciana Rodrigues Pinto de 39 anos, [namorada do pai] e a Stefani Caroline Rodrigues de Sousa de 22 anos, foram presos em flagrante.
Sofrimento e castigo
No Boletim de Ocorrência consta que o pai do garoto, que é auxiliar de serviços, de 31 anos, o menino é “agitado em casa”, e ele fez isso para educá-lo. A criança, conforme a PM, ficava impossibilitada de sentar ou agachar e, com isso, também apresentava pernas inchadas.
A Polícia Civil considerou que o homem aplicou violência e grave ameaça que provocaram intenso sofrimento físico e mental; enquanto a namorada dele e a filha dela, que atua como vendedora, se omitiram e nada fizeram para evitar os resultados.
Por determinação do Conselho Tutelar, a guarda da vítima ficará com uma tia paterna. O caso segue em investigação.