Uma empresa de Ribeirão Preto foi um dos alvos, na manhã da última quinta-feira (12/12), de uma operação realizada pela Polícia Federal em duas cidades da região Norte do Brasil e no estado de São Paulo. A Operação Forja de Hefesto foi realizada para desarticular um esquema de financiamento e exploração ao garimpo ilegal em terras indígenas.
Segundo a PF, foram cumpridos quatro mandados de prisão e sete de busca e apreensão expedidos pela Justiça de Roraima nas cidades de Boa Vista (RR). Ariquemes (RO) e Ribeirão Preto, além do bloqueio de mais de R$ 240 milhões dos envolvidos. Não foi informado se houve prisão em Ribeirão Preto.
As investigações constataram transações financeiras relacionadas com a venda de cassiterita extraída ilegalmente das terras Yanomamis para um dos maiores produtores mundiais de estanho. Apenas em um período de cinco meses, no ano de 2021, a compra irregular de cassiterita movimentou mais de R$ 166 milhões.
A PF informou que a empresa, deliberadamente ou por negligência, não verificava a origem do mineral comprado e faria aquisições de uma mineradora com matriz em Rondônia e filial em Roraima, onde não há garimpos legais. Posteriormente, o mineral processado seria exportado, sendo adquirido por grandes multinacionais, inclusive, por “big techs”, como são denominadas as gigantes da tecnologia mundial.
Os responsáveis por maquinários em garimpos ilegais na TIY revendiam a cassiterita extraída ilegalmente a intermediários responsáveis por “lavar” o minério com o uso de empresas que possuem atividades regulares em outros estados. A justiça determinou a suspensão das atividades da mineradora, que possui mais de 150 processos, inclusive para pesquisa e exploração de minérios. As investigações seguem em andamento e a PF não divulgou o nome da empresa de Ribeirão Preto.