A apreensão de mais de uma tonelada de droga em um jatinho particular de bandeira turca chamou a atenção hoje (4) em Fortaleza, mas a explicação do comandante também. Um vídeo, gravado pela Polícia Federal, mostra que “ninguém sabia de nada” a bordo do jato, apesar das enormes malas recheadas de material ilícito.
O jato, de matrícula TC-GVA, é um Gulfstream G-IV que inclusive já foi do governo turco (como mostra a foto mais abaixo), servindo para transporte de autoridades, mas hoje é propriedade da empresa privada e especializada em voos fretados ACM Airlines.
Ao que consta do registro dos rastreadores de voos, essa foi a primeira visita do jato ao Brasil, que chegou em Fortaleza, foi para Ribeirão Preto e permaneceu pouco tempo no interior paulista, retornando horas depois para o Ceará, de onde seguiria novamente para a Europa – com destinos a Lisboa e Bruxelas.
No entanto, antes de sair de Fortaleza o jato foi apreendido pela Polícia Federal, e o vídeo da abordagem tem ganhado repercussão na internet, sobretudo a parte em que mostra o comandante tentando explicar sobre a bagagem, que segundo ele é “item pessoal” do passageiro e que “ele não tem nada a ver com isso”.
Por sua vez, o passageiro ao lado, de nacionalidade espanhola, segundo a PF, também tenta se explicar e nega que a bagagem seja sua. Ele tenta não seguir as ordens dos policiais e abrir outra bagagem, mas o policial insiste até que ele cede e abre.
Logo após a abertura da mala, é feito um teste que visa a verificar a presença de cocaína – o resultado “azul-turquesa” aponta para a presença da droga. Após o resultado, o comandante e o passageiro ficam sem palavras, enquanto a comissária ao fundo fica de braços cruzados e estarrecida com a cena.
Segundo pessoas próximas da operação, o comandante e o passageiro que aparecem no vídeo teriam assumido a responsabilidade pela droga, com o restante da tripulação sendo liberada. A Polícia Federal ficou de dar mais detalhes do caso ainda hoje e no decorrer da investigação.
O fato do jato ter chegado no final do dia em Ribeirão Preto, parado num hangar privado e partido de madrugada teria ligado o alerta na Polícia Federal, que já tinha conhecimento e feito apreensões na rota de drogas para a Europa, onde jatos executivos são abastecidos no interior paulista, fazem uma escala no Nordeste antes de seguirem para Portugal ou outros países.
FONTE: AEROIN