O menino João Miguel, portador da atrofia muscular espinhal (AME), morreu em Belo Horizonte nesta quinta-feira (17). O garoto de 2 anos, morador de Conselheiro Lafaiete, na Região Metropolitana da capital, ficou conhecido nacionalmente após o pai dele, de 37 anos, ter sido preso por desviar cerca de R$ 600 mil do dinheiro arrecadado em uma campanha para custear o tratamento da criança.
A AME é uma doença genética que atinge a coluna vertebral, provocando aos pacientes a perda do controle e forças musculares. A pessoa com a doença fica incapacitada de se mover, engolir ou mesmo respirar.
Para o tratamento, é usado o medicamento Spinraza, que desde junho é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde. João Miguel morreu antes de receber a segunda dose do remédio. A primeira, aplicada no dia 30 de agosto, foi adquirida pelo governo após decisão judicial.
Investigação
Segundo as investigações da Polícia Civil, o pai de João Miguel teria roubado o dinheiro para ostentar uma vida de luxo, bancando mulheres e virando sócio em uma casa de prostituição em Salvador, na Bahia. Ele foi indiciado por quatro crimes: estelionato, apropriação e desvio de valores de pessoa portadora de deficiência, abandono material e falsa comunicação de crime. O suspeito também já foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais e já foi ouvido pela Justiça.
Quem fez a denúncia foi a própria esposa do suspeito, depois que o homem sumiu sem dar notícias. Enquanto era feita uma campanha para arrecadar R$ 2 milhões para o tratamento do menino de 2 anos, o pai ostentava gastos em um hotel de luxo em Salvador.
(Fonte: Jornal Hoje em Dia).