O cineasta José Mojica Marins, conhecido como o Zé do Caixão, morreu nesta quarta-feira (19), aos 83 anos de idade, na cidade de São Paulo. A informação, que primeiro circulou nas redes sociais, foi confirmada pela família. A causa da morte foi broncopneumonia.
Mojica ficou conhecido como o pai do horror no Brasil, tendo dedicado sua vida ao gênero por trás das câmeras e também atuando como o Zé do Caixão, icônico personagem que lançou em 1964, com o filme À Meia Noite Levarei a Sua Alma.
“O personagem é um vilão sem redenção, e sem desculpas ou justificativas para seus atos monstruosos e agressões. Isso faz com que Meia Noite soe como um filme brutal e implacável mesmo nos dias de hoje, o que é reforçado pela técnica suja, imperfeita e traumatizante de Mojica. Um roteiro cheio de diálogos impactantes e ocasionalmente caricatos, com um gostinho de faroeste pelas experiências passadas do diretor, criam algo único, uma experiência verdadeiramente perversa, profana e fantasmagórica.“
Mojica ganhou o devido reconhecimento a partir desse filme, que gerou não só duas continuações (Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver, de 1967, e Encarnação do Demônio, de 2008), como também inúmeros filmes, séries de TV e HQs. No Brasil é referência máxima da produção nacional até os dias de hoje. Já no exterior virou ícone trash, seja ao ser recomendado por cinéfilos exploradores, ou então ter suas obras como alvo de desejo de todo tipo de cineasta, do mestre do filme-b Roger Corman (Stallone: Cobra) ao cult Roman Polanski (O Bebê de Rosemary)
Seu último filme como o Zé do Caixão foi em Encarnação do Demônio, filme de 2008 – leia a crítica. Mas Mojica se manteve na ativa até 2015, dirigindo curtas e também segmentos ao lado de outros cineastas, como a coletânea As Fábulas Negras, seu último trabalho.
José Mojica Marins deixa esposa e filha.